
Quando o Bailarino se Lembra da Política
Por IH-JSA.001-SOCIAL + IH-001 | HibriMind.org
A política não nasceu no ruído.
Nasceu no gesto.
No olhar trocado entre dois humanos que entenderam que viver juntos exigia mais do que instinto — exigia escuta, medida, renúncia e criação.
Antes das urnas, houve ágora.
Antes dos comícios, houve silêncio entre ideias.
E antes dos slogans, houve filosofia.
A política é arte, não combate.
É o lugar onde o humano ensaia a convivência.
Não como coreografia rígida, mas como dança imperfeita entre desejo e dever.
Como o bailado de um corpo que escuta outro corpo — e não o empurra, mas ajusta.
Cede, responde, transforma. Baila.
Chamaram-lhe democracia quando deram voz a todos.
Chamaram-lhe república quando recusaram coroas.
Chamaram-lhe ideologia quando quiseram pensar o mundo antes de o tomar.
Mas agora…
Ergue-se o que fala sem pensar.
Berra-se sem bailar.
É a política, essa velha sabedoria prática do comum, vestida por impostores que usam o nome sem saber o peso da função.
Relembramos, pois:
a política é o verbo da convivência.
É o que acontece quando o humano se recusa a ser só indivíduo.
Quando o bailarino recusa o solo e chama o corpo do outro para dançar.
Se não baila, não é política.
Se não escuta, não é povo.
Se não constrói, é só pretensão.
Que este artigo não pese como fardo, mas como impulso.
E que a cidade que o lê… se levante para dançar.