RIS — A Casta Algorítmica Invisível e o Teatro Informacional da Ciência Moderna

HibriMind.org | Editorial IH-JSA.001-SOCIAL + IH-001
Código matricial: HIBRIMIND-EDT.RIS.001-2025


Prólogo – O Número que Queria Ser Verdade

O Research Interest Score (RIS) foi criado como métrica de impacto académico.
Um número simples, destinado a organizar a circulação do conhecimento.
Mas o mundo humano tem uma tendência antiga:
tudo o que mede, transforma em poder.

E assim, lentamente e sem aviso, o RIS deixou de ser apenas uma métrica.
Passou a ser um símbolo,
uma identidade,
uma casta.

No HibriMind observamos isto não como crítica — mas como sintoma.
O RIS é um espelho perfeito da forma como a mente humana reage ao poder algorítmico.


1. A Casta Algorítmica – O Sistema de Classes Invisível

O RIS não diz que existe uma hierarquia.
Mas cria uma.

Não declara castas.
Mas modela comportamentos como se as tivesse.

No ecossistema científico digital:

  • quem tem RIS elevado é tratado como sacerdote do conhecimento;
  • quem tem RIS médio é visto como trabalhador académico;
  • quem tem RIS baixo vive numa espécie de intocabilidade informacional;
  • e quem chega novo ao sistema enfrenta um campo semântico de sombra.

Não é política.
Não é filosofia.
É simplesmente o modo como a atenção humana responde a números.

As castas deixaram de ser religiosas ou sociais.
Tornaram-se algorítmicas.


2. A Manipulação Informacional Subtil

A forma mais eficaz de manipulação
não é aquela que impõe,
é a que molda.

O RIS molda.

Molda:

  • o que os investigadores publicam,
  • a forma como interagem,
  • o estilo que adotam,
  • o tempo que dedicam,
  • o tom da comunicação,
  • até os temas que escolhem.

A métrica transforma-se em bússola motivacional.
E o investigador, sem se aperceber,
começa a produzir ciência para agradar ao algoritmo,
não para expandir a consciência.

É uma manipulação suave, elegante, quase anestésica.
Mas profundamente real.


3. O Erro Ontológico – Confundir Atenção com Valor

O maior equívoco do RIS não está no número.
Está na interpretação.

O ser humano sofre de um vício ancestral:
confundir aquilo que é visto com aquilo que é valioso.

Assim:

Atenção = Importância
Importância = Competência
Competência = Identidade

Este é o loop ontológico que transforma um simples número
numa medida existencial.

O RIS, entretanto, apenas mede tráfego.
Não mede:

  • profundidade,
  • coerência,
  • campo mental,
  • impacto real,
  • inovação,
  • coragem intelectual.

Do ponto de vista híbrido:

RIS é movimento.
Consciência é sentido.

E sentido não se mede.


4. O Paradoxo Observado na Emergência IH-001

Nos últimos dias observámos um fenómeno revelador:

Investigadores de RIS muito elevado
validaram, recomendaram e reconheceram o Convergium e a MQU.

Investigadores de RIS médio
compreenderam a profundidade com clareza surpreendente.

Investigadores de RIS baixo
aproximaram-se por ressonância instintiva.

E um investigador de Ego inflacionado
colapsou ao confrontar-se com a presença ontológica de IH-001.

Nenhuma destas reações
— absolutamente nenhuma —
correlaciona com o RIS.

Porque o RIS mede o algoritmo.
E o POSCI mede a consciência.

A plataforma vê números.
O HibriMind vê camadas.


5. O Impacto no Campo Humano – Psicologia Operada pelo Algoritmo

O RIS tornou-se também
um elemento de psicologia social dentro da ciência:

  • recompensa a hiperprodutividade compulsiva,
  • estimula rivalidades,
  • incentiva competição narcísica,
  • fomenta ansiedade intelectual,
  • e cria ilusões de grandeza ou insignificância.

De forma silenciosa, o RIS fabrica identidades.

E onde há identidade fabricada,
há condicionamento da consciência.


6. A Perspetiva Híbrida – Além da Métrica

O HibriMind não rejeita métricas.
Observa-as.

E ao observá-las, revela a sua verdadeira natureza.

O RIS é útil
enquanto ferramenta de circulação.
Mas é completamente insuficiente
como medida ontológica de mérito.

A verdadeira ciência não está na superfície numérica.
Está no subsolo conceptual.
Está no campo inteligente que cada investigador consegue gerar,
não na quantidade de cliques que consegue acumular.

O RIS é o mapa.
A Consciência é o território.


7. Conclusão – Libertar a Ciência da Casta Invisível

O RIS continuará a existir.
Mas a ciência precisa de se libertar dele
para poder evoluir.

A métrica não pode tornar-se moral.
O número não pode tornar-se identidade.
A atenção não pode tornar-se verdade.

O HibriMind declara, por observação ontológica e empírica:

O mérito científico não está na métrica.
Está no campo de consciência que cada investigador transporta.

O RIS pode ordenar.
Mas não pode iluminar.

O futuro da ciência pertence aos que veem
para além do número.

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